Artigo da semana
do Dr. Besaliel Rodrigues publicado no jornal
Tribuna
Amapaense – Coluna Direito & Cidadania, de 03.12.2021
Poder Judiciário, a última fronteira
evangélica no Brasil
É de conhecimento
de todos que o Brasil foi colonizado por um país eminentemente católico. E
mais, por 390 (trezentos e noventa) anos, teve como religião oficial o
catolicismo.
Mas, a partir de 1890, com o
estabelecimento da República e o decreto 119-A, da liberdade religiosa, os
missionários evangélicos passaram a ter mais coragem de vir evangelizar o
Brasil. A saga é dolorosa e muito sangue foi derramado por causa da
evangelização protestante no país.
Entretanto,
os evangélicos foram determinados na pregação da palavra de Deus. A primeira
vitória evangélica em terras tupiniquis foi sobre a mitologia brasileira,
mormente a amazônica. Quando a igreja evangélica entrou ministrando a palavra
no interior do país, o povo começou a se libertar e parar de acreditar em “saci
Pererê”, “cuca”, “boto” etc. Hoje esta mitologia consta apenas dos livros de
história.
Passo seguinte, os evangélicos venceram
todas as perseguições e os preconceitos religiosos, com determinação e
resiliência. Depois, passou a entrar na estrutura administrativa do Estado, por
meio de concursos de cargos medianos (professores, pedagogos, enfermeiros etc.).
Daí passou a pleitear os cargos de confiança (diretor de escolas, secretários
de governo etc.). Mais tarde passou a frequentar os cursos de Direito e de
Medicina...
Não
satisfeitos, começaram a participar dos pleitos para o Legislativo, e foram
enchendo as Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas e até o Congresso
Nacional de representantes aguerridos.
Daí, foi um pulo para as eleições do Poder Executivo, elegendo centenas de
prefeitos e alguns governadores.
A
partir do século 21, os evangélicos passaram a tentar a eleição de um
presidente da República afinado com suas bandeiras. Daí vieram Antony
Garotinho, Marina Silva, Pastor Everaldo, até chegar ao ano de 2018 e emplacar
o atual presidente do país totalmente alinhado com os anseios do povo
evangélicos do país. Até aqui, a ascensão evangélica na estrutura republicana
brasileira foi um sucesso.
Mas,
dos três poderes da República, um se mantinha hermeticamente fechado aos
evangélicos, tudo por força da forte tradição católica do Brasil.
Então, dando continuidade a esta
ascensão paulatina, os evangélicos passaram a compor as seccionais da OAB,
conquistar aprovações em concursos da Magistratura e do Ministério Público,
compor os colegiados dos tribunais recursais e, agora, adentra em sua última
fronteira institucional, acessando as Cortes Superiores por meio da aprovação
do 1º evangélico indicado a compor o STF, a mais alta Corte da Nação. O lacre
está rompido!
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